Turismo

Bruçó integra o Parque Natural do Douro Internacional e o visitante não pode deixar de contemplar as famosas arribas, as escarpas abruptas que separam o planalto mirandês das terras de Espanha. O percurso da Fraga do Sapato conduz para Sudeste rumo a um imponente miradouro, de onde se podem ver quedas de água e as aves rupícolas que procuram esconderijos remotos para nidificar. Continuando ao longo da cumeada e por entre penedos chega-se à Faia da Opa, uma fraga onde a Natureza cavou um fosso na rocha que serve de piscina natural.

No sentido inverso, acompanhando o Douro para a foz, encontra-se o percurso da Barragem. Por entre caminhos graníticos fica-se a conhecer os palheiros antigos e o quartel da Guarda-Fiscal, agora desactivado mas que, antes, albergava os guardas que lutavam contra o contrabando. Andando mais um pouco consegue ver-se a barragem espanhola de Aldeadávila, continuando o percurso até ao Vale do Castelo, onde os historiadores acreditam ter existido uma necrópole.

                  

Houve um tempo em que as searas dominavam a paisagem e o trilho do pão relembra essa memória, conduzindo o visitante através dos campos onde ainda cresce e é colhido o cereal. O visitante prossegue rumo ao moinho onde, nesses tempos, a força da água moía o cereal, terminando na eira onde o mesmo cereal era malhado e onde se localiza um dos fornos comunitários em que a farinha era cozinhada em pão.

O trilho do azeite serpenteia por entre olivais tradicionais, com as retorcidas oliveiras a disputarem o terreno a vinhedos e amendoeiras, numa harmonia que justifica a beleza das terras durienses. A viagem, de nove quilómetros, termina, tal como a azeitona, num lagar tradicional, onde era feito o «ouro líquido» da região.

Outra árvore da região, talvez a mais emblemática, é o castanheiro, que em Trás-os-Montes encontra as condições climáticas e a altitude perfeitas para se desenvolver. O trilho permite conhecer um castanheiro centenário e os soutos, os povoamentos de castanheiros-bravos para produção de madeira. A castanha não era apenas comida crua, servia para criar diversas iguarias, enquanto da madeira eram talhados utensílios e peças de artesanato.

                  

A aldeia em si também possui motivos que justificam uma visita, a começar pelo castro medieval de onde terá surgido a povoação, como referido na história de Bruçó. Como ponto de passagem dos romeiros dos caminhos de Santiago, as construções religiosas merecem uma atenção detalhada, com destaque para os retábulos de talha e as imagens da Igreja Matriz.

A nível do artesanato, ainda há quem se dedique à fiação e tecelagem em linho, ao fabrico de ceiras, os afamados tapetes em palha da região e às rendas e bordados. Mais exigente é procurar as telhas que, noutros tempos, eram cozidas nos fornos comunitários. No resto do País pode procurar o livro “O lodo e as estrelas”, no qual o padre Padre Telmo descreveu as grandezas e as misérias da construção da barragem.